A série “Jeffrey Dahmer: O Canibal de Milwaukee” lançada pela Netflix em 2022 é uma história baseada em eventos reais que retrata a vida e os crimes hediondos de Jeffrey Dahmer. Para entender as motivações por trás dos crimes de Dahmer, pode-se aplicar a teoria psicanalítica de Sigmund Freud.
De acordo com Freud, a personalidade é composta por três partes: o id, o ego e o superego. O id é a parte mais primitiva da personalidade, que busca gratificação imediata dos impulsos instintivos, como a fome, a sede e o desejo sexual.
O ego é a parte consciente e racional da personalidade, que equilibra as demandas do id com as realidades do mundo exterior. O superego é a parte da personalidade que internaliza as regras sociais e morais e é responsável pela consciência e pelos sentimentos de culpa.
Ao aplicar essa teoria a Dahmer, pode-se entender que ele tinha um superego fraco, o que significa que ele não internalizou totalmente as regras sociais e morais da sociedade. Além disso, ele tinha um id muito forte, o que o levava a agir de acordo com seus impulsos instintivos. Isso foi evidenciado por seu comportamento sexual desviante e suas tendências canibais.
Outro aspecto importante da teoria psicanalítica de Freud é a importância da infância na formação da personalidade. Freud acreditava que experiências traumáticas na infância poderiam levar a distúrbios mentais na idade adulta.
No caso de Dahmer, houve vários eventos traumáticos durante sua infância e adolescência que podem ter contribuído para o desenvolvimento de sua personalidade desviante.
Por exemplo, Dahmer cresceu em um ambiente disfuncional, com pais que brigavam constantemente. Ele também sofreu bullying na escola e teve dificuldades para fazer amigos.
Mais tarde, ele experimentou a separação de seus pais e a morte de seu avô, que era a única pessoa em quem ele confiava. Esses eventos podem ter causado traumas emocionais profundos em Dahmer, o que pode ter contribuído para o desenvolvimento de sua personalidade desviante.
Outro conceito importante na teoria psicanalítica é o complexo de Édipo. De acordo com Freud, o complexo de Édipo é um conflito psicológico que ocorre durante a fase fálica da infância, quando a criança desenvolve um desejo sexual pelo pai ou pela mãe do sexo oposto.
Esse conflito é resolvido quando a criança se identifica com o pai ou a mãe do mesmo sexo e internaliza seus valores e crenças.
No caso de Dahmer, pode-se argumentar que ele desenvolveu um complexo de Édipo mal resolvido, que pode ter contribuído para sua personalidade desviante. Por exemplo, Dahmer se sentia atraído sexualmente por homens mais velhos, como seu professor de ginástica.
Ele também manteve a cabeça de uma de suas vítimas em sua geladeira, o que pode ser interpretado como uma tentativa de manter a presença de um “objeto de amor” próximo a ele.
Em conclusão, a teoria psicanalítica de Freud pode ser aplicada ao caso de Jeffrey Dahmer para entender suas motivações e comportamentos desviantes. A personalidade de Dahmer, com um superego fraco e um id forte, pode ter sido formada por eventos traumáticos em sua infância e adolescência.
Além disso, seu complexo de Édipo mal resolvido pode ter contribuído para sua atração sexual por homens mais velhos e seu comportamento canibal.
A teoria psicanalítica é apenas uma das muitas maneiras de interpretar a mente humana e que não é uma ciência exata. Além disso, a série da Netflix pode ter tomado algumas liberdades criativas na representação de eventos e personagens, o que pode afetar a precisão da interpretação psicanalítica.
Por fim, é importante lembrar que, independentemente das motivações ou causas subjacentes, os crimes de Jeffrey Dahmer foram horríveis e traumatizantes para as vítimas e suas famílias. É fundamental buscar a prevenção e a justiça para esses crimes e trabalhar para criar uma sociedade mais justa e segura para todos.